Há muito tempo venho querendo falar sobre esse tema aqui no blog, desde quando, numa festa na casa de uma amiga, um grupo de pessoas revelou as violências que sofreu, tanto físicas quanto psicológicas, nos tempos de escola. E levamos pro lado da brincadeira, questionando porque o assunto não ficou “famoso” na nossa época! Seríamos ricos só com o dinheiro dos inúmeros processos que teríamos ganhado!
Bullying é uma prática que existe há muito tempo. São atos de violência (física ou psicológica) intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do ingês bully = "valentão") com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender. Não sei por que trouxeram o tema à tona só agora, sendo que já deviam ter falado sobre o assunto há tempos! Talvez porque as agressões tenham aumentado, em quantidade e gravidade. Talvez porque quem sofre o bullying começou a responder com violência também. Mas talvez não teria chegado a tal ponto se a prática tivesse sido contida quando ainda era maneirada.
Quando aconteceu aquele massacre na escola do Rio de Janeiro, no início do mês passado, aumentou minha vontade de escrever. O assassino era vítima de bullying. E pelo que pareceu, procurou vítimas que o lembravam de seus agressores passados. Mas o assunto já estava saturado na internet e me fez desistir. Ontem assisti um episódio de Glee que retratou isso, e quem assiste a série sabe o quanto os personagens principais são vítimas de bullying. Na verdade, esse é o único ponto em comum entre eles! Mas ontem eles estavam dispostos a mostrar como convivem bem com esses pequenos defeitos que os tornam diferentes, e como são esses pequenos defeitos que os tornam únicos. E essa é, na minha opinião, o que diferencia o comportamento das vítimas no futuro. Que diferencia aquelas que se tornam felizes daquelas que se tornam frustradas: a aceitação pessoal. E não pensem que falo isso porque é fácil superar apenas o apelido de quatro olhos... Quatro olhos foi o mais agradável dos apelidos! Eu era gordinha, usava óculos, aparelho, cabelo aneladão, tinha pernas tortas (que me deixava com joelhos constantemente vermelhos de mercúrio nos machucados adquiridos nas quedas) e achava lindo usar camisa pra dentro da calça, cintura alta, claro. Nas brincadeiras tipo verdade/conseqüência, onde todas as meninas eram contempladas com selinhos dos meninos mais gatinhos, eu era obrigada a passar no corredor da morte, onde todas as crianças faziam fila pra dar socos e chutes. E na educação física era a última a ser escolhida pra um time (óbvio, com aquelas pernas tortas hahaha). Com o tempo a gente adquire prática pra se desvencilhar dessas atitudes dos colegas. Mas até chegar a esse ponto é um longo caminho... E nesse caminho a ajuda e carinho da família e dos verdadeiros amigos (geralmente aqueles que sofrem como a gente) são fundamentais. Você sente que não precisa se adequar aos padrões malucos da sociedade pra ser querido. E muitas vezes você é querido justamente por não fazer parte desses padrões malucos! Assim como os personagens de Glee, visto a camisa e assumo todos meus defeitos! Foram eles que me fizeram o que sou hoje! E quer saber? Ô pessoa feliz que esses defeitos foram capazes de fazer!
2 comentários:
Bela reflexão!
Amei!
Parabéns, Nati!
Bjo
Ninita, amei o post... Com certeza ficariamos ricas... Pena q a reparação civil prescreve em 3 anos...rsrs
Mas a gente não sabia q era a sindrome do patinho feio...Hj vc tá lindaaaa e cada dia mais... Amo amo amo...
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