terça-feira, 22 de março de 2011

Sheila morreu mas continua vivendo em Nova York


Que vergonha! Não por andar por aí com um livro que muitas pessoas literalmente julgaram pela capa! Cansei de ver pessoas me olhando com um olhar duvidoso, pensando, imagino eu, o que muitas outras pessoas falaram: Romance pornô, Natália?

Não, não é um romance pornô! E não, minha vergonha definitivamente não se atém a esse detalhe. Sinto vergonha de, sendo uma fã incondicional de leitura, jamais ter falado de um livro sequer num blog que já escrevo há oito meses! Vergonha de ter ganhado esse livro no carnaval de 2010 e ter terminado na quaresma de 2011! E como não começo a ler outro livro sem terminar o do momento, vergonha de contar com uma lista de 1 livro lido em 2010. UM!

Porém, disposta a mudar esse quadro, venho vos falar do único livro que li em 2010: Sheila morreu mas continua vivendo em Nova York. Sheila Levine é uma jovem de 30 anos que tinha por objetivo de vida se casar. Não sendo necessariamente um conceito de beleza (semi-gorda, judia, cabelos crespos e nariz protuberante), não exigia muito de suas experiências amorosas, tanto é que perdeu a virgindade num encontro literalmente às escuras, namorou por anos um rapaz extremamente chato e nada bonito, que recusou seu pedido de casamento (sim, ela fez a proposta!), viajou pra Europa na esperança de lá encontrar e se apaixonar por um François francês, e não tendo nenhum sucesso nas suas inúmeras tentativas, começa a planejar sua morte (compra caixão, lápide, encomenda um rabino que tenha coragem de dizer no seu discurso o verdadeiro motivo de sua morte e até compra pílulas no mercado negro com o auxílio de seu último affair – que por conseguir pílulas pra parceira suicidar, deduz-se não ser nada normal!).

Seu último ato então consiste em escrever seu bilhete suicida: o livro, narrado, portanto, na primeira pessoa. Ao mostrar as revelações íntimas, obscuras e divertidamente constrangedoras de Sheila aos pais, Gail Parent nos faz mergulhar nesse universo da protagonista que, já na década de 60, vivia o dilema encontrado por qualquer moça dos tempos modernos: existir num mundo onde a liberação sexual contrasta com a pressão de se casar. Ela ainda teve a sorte de viver numa Nova York cuja estatística era de 103 garotas para cada 100 garotos (com a certeza de ser uma das 3 que sobravam). Imagine nós, brasileiras, convivendo com números que chegam a 300 garotas para cada 100 garotos?

Uma leitura agradável e divertida pras 200 garotas remanescentes!

Um comentário:

Fru disse...

Ai, que emoção!
Você tardou (muito, de mais, um horror), mas não falhou!

Qualquer semelhança de entre Sheila e Sex in the city e Bridget Jones não é mera coincidência e Sheila apareceu décadas antes!

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