terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nasci na época errada


Eu já quis ter nascido na década de 50, e atravessar a década de 70 com meus 20 e poucos anos: rock, movimentos políticos e movimento Hippie dão uma bela receita pra juventude! Ou então lá pra 1400 e tanto! Na França, com toda aquela fidalguia e vestidos lindos! E uma coisa em particular chamava muito a minha atenção quando via aquelas pinturas renascentistas nos meus livros de história: A mulher perfeita tinha que ser gordinha. Perfeito era ser saudável! E eu seria perfeita na época!

Não sei a partir de qual momento da história o conceito de beleza se inverteu. Hoje se criou a promoção de medidas do corpo inatingíveis, onde a mídia, as indústrias cosméticas e a moda impõem padrões fora do sério, e, pra mim, mais que imperfeitos. Ao que me parece, a receita é assim: magra + peitão + cabelo comprido liso – cérebro + bunda grande – celulite + bronzeada = perfeição. Uma folha de alface + dedo na garanta + passarela + exibição de costelas = modelo. Modelo, exemplo e padrão... Alguém gordo automaticamente já não é sexy.

Minha idéia é muito diferente disso. Acho Adele, por exemplo, EXTREMAMENTE sexy. E posso citar dezenas de mulheres com corpos, na minha opinião, espetaculares, que não chamariam atenção nem de um náufrago e que fogem completamente desse universo erótico masculino tão plastificado... Mulheres maravilhosas que simplesmente se aceitam! Que não ligam pra opinião alheia, e que não se incomodam em ser diferentes de uma imposição sem fundamento. Inteligentes, educadas, divertidas... e perfeitas!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quem não tem colírio


Uso óculos desde os 6 anos, e até os 24, quando fiz a cirurgia de correção, nunca tinha me ligado muito em óculos escuros. Sempre achei um charme, mas não podia usá-los, pois não me adaptei com lentes de contato e uma lente escura de 6 graus não ficaria bem!

Tem 3 meses que parti em busca do meu primeiro óculos escuro cara de riqueza! E pesquisei um bocado pra entender bem pelo que eu deveria procurar. A primeira coisa que pensei foi buscar algo moderno, mas que não fosse modinha. Quem me conhece, ou pessoalmente ou por que acompanha o blog, sabe que não sou muito de ligar pra moda. Às vezes eu já gosto de alguma coisa que de repente vira moda, às vezes uma moda lançada me agrada, e só se me agradar DEMAIS vou me aderir a ela. Não gosto de sair e encontrar várias pessoas usando peças iguais às minhas. Ops, fugi do foco!

Como o primeiro óculos estava sendo escolhido para uso diário (recomendação médica não só pra quem fez a cirurgia, ok? Vale para todos), seria necessário procurar por lentes que oferecessem um melhor contraste e uma melhor qualidade de visão, e descobri serem as lentes castanhas as mais indicadas para o caso. Quem procura óculos a serem usados na praia, ou na neve, deve lembrar que por esses lugares terem luminosidade e refletividade maiores, a proteção também deverá ser maior. Escolha lentes mais escuras!

Por fim, bastou analisar as minhas características físicas para chegar ao modelo ideal. Na minha opinião de quem nunca usou óculos escuros, mas que é extremamente detalhista, observadora e crítica, penso que óculos grandes ficam melhores em pessoas altas, ou que pelo menos não tenha um rosto pequenininho! E mesmo podendo abusar, pois sou alta e meu rosto tá longe de ser pequeno, não quis exagerar. Mas pelo mesmo motivo não podia ser nada pequeno demais, pois ficaria desproporcional. Já quanto a cor da armação, penso que quem tem tom de pele mais claro deve procurar cores mais discretas. As branquinhas devem deixar os dourados e outros tons metais pras morenas! E uma dica que sempre adotei para comprar meus óculos de grau e agora usei pra comprar os solares foi procurar algo com formato inverso ao meu rosto: modelos arredondados para rostos quadrados, linhas diretas para rostos redondos. Eu conto ainda com mais essa sorte: ter rosto oval! Rosto oval combina com quase todos os estilos... Só num pode ser largo pra não ficar desproporcional! Para quem está buscando o óculos perfeito #ficadica! O meu escolhido foi esse aí:

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

FIC


Começa hoje o 9º Festival Internacional de Corais de Belo Horizonte. Pra quem não conhece, o festival acontece todo ano para proporcionar o intercâmbio cultural entre público, corais regionais, nacionais e internacionais, e a cada ano busca homenagear alguém ou algo do meio musical. Já foram temas Villa Lobos, Bossa Nova, Milton Nascimento, e esse ano o FIC homenageia Gonzaguinha e Gonzagão.

Todos os 140 corais interpretarão uma ou duas músicas de autoria desses cantores, se apresentando em 70 locais de 15 cidades. Já que todas as apresentações são gratuitas, vim deixar o convite! A programação pode ser consultada clicando aqui. Eu participarei junto com o coral ases no dia 18/09/11, domingo, às 10:00, na Catedral da N. Sra. Da Boa Viagem – Rua Alagoas S/Nº; no dia 23/09/11, sexta-feira, às 20:00, no auditório do Conservatório da UFMG – Av.Afonso Pena, em frente ao Palácio das Artes; e no dia 25/09/11, domingo, às 20:00, na Igreja Senhor Bom Jesus (Horto), na Rua Artur Alvim, 288 – Horto.

Espero vocês lá!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Menina criada com vó



Quem foi criado com vó sabe o preconceito que temos que enfrentar! Criança criada com vó solta pipa no ventilador. Joga bolinha de gude no tapete. Toma nescau de colher. É mimada, pirracenta, fresca, manhosa, boba...

Fato é que avós sabem das coisas. Aprenderam muito e sabem bem como cuidar das pessoas. E depois de criar seus filhos, sabem onde erraram, assim como sabem onde acertaram. E sabem que não vale a pena perder tempo com brigas. Portanto, são mais carinhosas, mais atenciosas, mais cuidadosas, e as pessoas mais indicadas e experientes para transmitir ensinamentos. O que as pessoas enxergam como mimo, eu enxergo como zelo!

Acho que minha vó, por exemplo, fez um curso para cuidados com a casa e com seus moradores. Quando levanto, minha vitamina já está pronta na cozinha, e é o tempo de tomá-la para voltar ao quarto e já encontrar a cama arrumada. O almoço não existe igual, mesmo quando ela tá sem inspiração e só faz arroz, feijão e ovo. Tenho uma prima que, quando nos visita, come só feijão. O pudim de leite condensado parece ter sido feito por anjos. E só quem vê o carinho que ela tem ao prepará-lo entende porque o sabor é único. Ela não gosta de dar beijos, mas transmite todo amor que sente com um olhar! Xinga, resmunga, implica, mas faz carinho no meu cabelo quando acha que tô dormindo... Chega e abraça do nada, acha ruim com quem não toma sua benção, faz elogios estranhos e é a melhor pessoa que conheço! A pessoa responsável pelo que sou hoje: mimada, pirracenta, fresca, manhosa, boba... Mas extremamente feliz!

P.S.: Parabéns pelos 80 anos Dona Nélia (e escuto ela responder: ih menina retardada, precisa ficar falando minha idade?)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

TOP FIVE (Das 1009 coisas para fazer antes dos 30)

E nessa onda de ficar mais próxima dos 30 que dos 15, vim falar daquelas coisas que sempre morremos de vontade de fazer, mas deixamos pra mais tarde. E como não estamos ficando nada jovens com o passar do tempo, o melhor é não deixar pra depois! Vocês conhecem a proposta do hidrotônico i9? Eles fizeram um site com 1009 sugestões de coisaspara se fazer antes dos 30 anos! Algumas coisas são simples, e outras exigem planejamento, tempo, dinheiro e até sorte, mas ler rende boas risadas! E eu ainda descobri que já fiz várias delas! Vejam lá e me contem o que vocês já fizeram! Deixo registradas as minhas cinco experiências memoráveis dentre as propostas inovadoras:

PARTICIPAR DE UM BLOG FAMOSO: “E nem precisa ser como autor de algum post. Pode ser por causa de um tombo daqueles do seu gato acrobata ou até de um enjôo na montanha russa. Se você quiser correr atrás dos seus 15 minutos de fama, essa é a hora.” – Quem não se lembra da minha participação no Te dou um dado?? Na ocasião, participei de uma promoção esculachada ao enviar uma foto constrangedora. Não tive meus 15 minutos de fama com uma cara glamourosa de riqueza, mas com a boca aberta e braços pro ar numa montagem tosca ao lado de Théo Becker (quem?). Mas saí vencedora, ok?

INVENTAR O QUE AS PESSOAS ESTÃO FALANDO: “Ônibus é o lugar ideal para isso. Preste atenção em pessoas conversando e comece a imaginar sobre o que elas falam. Será que elas estão planejando construir um disco voador? Ou nadar até a África? Quem sabe elas vão começar a dançar bem ali. O bom é que você faz o tempo passar mais rápido e chega logo ao seu destino.” – Brincadeira rotineira na minha família é inventar diálogos com as pessoas. Nunca o fizemos no ônibus, mas em bares e festas é de praxe! Determinamos quem fará o papel de quem e começamos os diálogos mais absurdos possíveis!

ESTUDAR LATIM: “Ok, tarefa difícil, mas depois de estudar latim você vai passar a entender muito mais como funciona a língua portuguesa.” – Pois é, um dia na minha vida eu cismei que ia estudar latim. E ia pra UFMG feliz da vida! Mas, como se pode imaginar, as aulas eram extremamente chatas. Só que a professora morava perto da minha casa, gostava muito de mim, e eu não quis magoar os sentimentos dela. Estava com uma infecção na orelha e na hora de contar pra professora que eu estava saindo do curso, ela quis saber o motivo e a única coisa que me veio à cabeça foi a orelha. Inventei uma história dramática sobre uma micro-cirurgia de reconstituição da parte perdida (que se reconstituiu sozinha, viu gente? Não sou monorellha) que exigiria certo período de repouso para recuperação blá blá blá...

IR SOZINHO AO CINEMA. E GOSTAR: “Pegue sua pipoca e seu refrigerante e se sinta a pessoa mais independente e autossuficiente do mundo.” – Quem mora em Belo Horizonte sabe o que é um passeio no shopping Norte. NADA! O shopping tem um supermercado, duas lojas de perfume, três de calçados, meia dúzia de lojas de roupas, uma loja de revelar fotos, uma de brinquedos, uma praça de alimentação e um cinema. Há uns bons anos atrás fui ao shopping revelar umas fotos (bota bons anos nisso), e claro, nesse mundo precário, a revelação não ficava pronta em uma hora, mas em duas! O que fazer durante duas horas num shopping no meio do nada, onde não há nada? Fui ver Elektra. Me senti a pessoa mais solitária do planeta! Mas com o tempo me acostumei, e hoje acho que não há nada mais relaxante que ir ao cinema com a melhor companhia do mundo: EU!

RECHEAR SEU QUARTO COM SUAS FOTOS FELIZES: “E toda a vez que você parar para reparar nelas, lembrar de cada momento e dar um sorriso largo. Todas as vezes.” – A paixão por fotos veio como herança da minha mãe. Admiro fotos profissionais, mas sendo uma amadora, admiro também as nossas caseiras! Tudo lá em casa é motivo pra tirar uma foto, imprimir e tacar num porta-retrato! Tenho uma estante no quarto cuja lateral conta com fotos de vários momentos da minha infância (tenho a estante desde os 7 ou 8 anos). Quando o espaço da estante acabou, comecei a colocar as fotos em quadros de ímãs, renovando sempre as fotos expostas! Um hobby particular!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Saudade



Certa vez li um artigo que dizia ser “saudade” a 7ª palavra mais difícil de ser traduzida, de acordo com as opiniões de mil tradutores profissionais. A palavra vencedora foi "Ilunga", uma palavra africana para descrever "uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez". Saudade foi definida como “sentimento nostálgico, sentir falta de alguma coisa ou alguém”, mas na oportunidade foi claramente especificado que o significado não é consensual.

Saudade é uma palavra usada só por aqui. Começou a ser usada na época em que o Brasil ainda era uma colônia, e serviu para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, a melancolia causada pela lembrança, e a mágoa que sentiam por estarem longe de entes queridos.

Analisando a etimologia da palavra, em latim solitas ou solitatis é solidão, na forma arcaica de soedade, soidade e suidade. Salute, salutatione, salutare é saúde ou saudar, o que faria de saudade uma junção de solidão e saudação, exprimindo o sofrer de quem fica a esperar o retorno de quem partiu.

Traduzir tudo isso realmente não é tarefa fácil. Saudade não é só sentir a falta de algo que não existe mais, de alguém que partiu... É possível sentir saudade de uma pessoa que ainda está presente, sentir saudade de quando o filho era neném, do marido na época do início do casamento. É possível sentir saudade de um lugar que ainda existe, mas que foi visitado num momento único. É possível sentir saudade de uma música que ainda está disponível para download, mas que jamais será ouvida com o mesmo carinho que fora no passado. Que jamais remeterá à mesma pessoa a quem remeteu um dia. Que jamais será dançada com o mesmo entusiasmo. Dá pra sentir saudade de um sabor, de um cheiro...

Saudade é lembrança boa e ruim ao mesmo tempo, é a esperança do reencontro, é a sensação repentina de passado, é um aperto no peito, uma gastura sem fim, a dificuldade de engolir. É o que fica do que não pode ficar, do que não pode mudar... Saudade é o que tá apertando meu coração agora que tô escrevendo isso aqui...

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